Marina terminou suas considerações finais no debate da Band, no último dia 5, declamando um poema que havia sido feito por ela após visitar a comunidade do Coque, em Recife. Na Escola Popular de Direito Constitucional Pequeno Cidadão, a senadora conheceu Dado, um menino alegre e espontâneo, homenageado pelo poema.
PEGUENO DADO - por MARINA SILVA
Eis um pequeno Dado
Jogado por sobre a mesa:
Ali nada era certeza
Tudo era interrogar.
Mas, para minha surpresa,
Na forma de um colosso,
o pequeno Dado jogado,
Era de carne e osso
E sabia até cantar.
Pulava, gingava e sorria,
Cheio de alegria
No milagre do olhar,
No cuidado e na labuta
De René, Nega e Ângela,
Mulheres que nos constrangem
A também lhe enxergar.
A também a dar-lhe a voz
Voz que em cada um de nós,
Visitantes, jornalistas,
Fotógrafos a perder de vista,
Se embargava no chorar.
Vendo aquele Dado exposto
Num lugar de dar desgosto
Que nem dá para explicar
Como é que aquele Dado
Lá no Coque tão jogado
Podia ser tão garboso,
Podia ser tão charmoso.
Hip-hop, capoeira, cantor,
Constitucionalista,
Denunciador de injustiça,
Com quatro anos de idade?
Dado, meu pequeno Dado
Que Dilma, Serra, Plínio ou Marina
Ajude a mudar a sina
De tantos Dados jogados.
ESCREVO: Eu tive uma boa inveja desse poema. Também achei a parte mais digna do debate, onde Marina Silva mais uma vez mostrou que é alternativa, e com toda sua inteligência diferenciou-se dizendo ao país com esse texto "Eu conheço o Brasil que quero presidir". Merece meu voto.
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